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O INÍCIO DO GOVERNO HUMANO

                         

                   Texto: Rm. 13.1  – Leitura Bíblica  Gn. Gn. 9.1-13

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje daremos continuidade ao tema anterior, a respeito de Noé e seus filhos, após eles saírem da Arca. O foco central desta aula será o governo humano, em comparação com o governo de Deus. Inicialmente destacaremos a responsabilidade do governo humano, bem como suas limitações. Em seguida, faremos uma incursão sobre o papel do cristão diante dos governantes. É importante ressaltar, a princípio, a importância de um posicionamento crítico, considerando a realidade dos diversos partidos políticos no país, à luz da Palavra de Deus.

1. O GOVERNO HUMANO NOS DIAS DE NOÉ
Após saírem da Arca, Noé e sua família deveriam assumir algumas responsabilidades sociais. A primeira delas tinha a ver com a multiplicação da vida, pois deveriam popular a terra novamente (Gn. 9.18). Ter filhos continua sendo uma dádiva de Deus, mas é preciso que os pais tenham acompanhem o crescimento deles. Eles devem ser ensinados no caminho que devem andar, para que não venham a se desviar dele quando crescerem (Pv. 22.6).  Além disso, deveriam cuidar da natureza, tendo em vista a necessidade de proteger o habitat (Gn. 9.2-4). A responsabilidade ambiental deve ser alvo de todo cristão, é preciso evitar a tendência escapista, que se preocupa apenas com o céu, esquecendo-se de preservar a terra para as futuras gerações. A violência que deflagrou o dilúvio deveria ser evitada, ressaltando a dignidade da vida humana. Essa situação parece se repetir nos dias atuais, há pessoas que banalizam a vida, crimes hediondos são propagados diariamente nos noticiários. Os cristãos devem adotar sempre uma atitude pela vida, contrariando a cultura da morte, que prevalece na sociedade atual. Em seguida Deus estabeleceu um Pacto com Noé, e a sua descendência, prometendo que jamais enviaria outro dilúvio. A chuva não deveria mais ser motivo de preocupação para a família de Noé. Mas é importante salientar que por causa do pecado a natureza foi afetada diretamente pela Queda. Paulo nos lembra de que a natureza geme, na expectativa pela redenção (Rm. 8.22). Por esse motivo testemunhamos tantos desastres ambientais. Alguns deles são resultantes da intervenção degradante do ser humano sobre a natureza.

2. O GOVERNO HUMANO E O GOVERNO DIVINO

Em I Sm. 8.7-9 lemos que Israel pediu um rei, demonstrando insatisfação com a atuação do profeta-juiz. Mas o próprio Deus revelou que a nação não estava preterindo o profeta, mas a Ele mesmo como governante daquele povo. Esse episódio representa a condição do governo humano em relação ao governo divino na história da humanidade.  Depois do pecado, o ser humano não quer mais que Deus oriente a sua vida, por isso escolheu seu próprio caminho. Os governos humanos são permitidos por Deus, na verdade dEle emana todo o poder e autoridade. A fim de evitar o caos e a desordem, as autoridades, e as próprias leis, servem para frear os instintos malévolos do ser humano. O coração do homem é perverso, por isso Deus institui o governo humano (Gn. 6.5). O governo humano tornou-se necessário, mesmo apresentado fragilidades. A presença dele pode evitar a anarquia, fazendo com que cada um faça o que bem entende (Jz. 17.6; 18.1; 19.1). Mas as leis humanas são incapazes de impor limites às pessoas não regeneradas. Elas apenas controlam seus desejos perversos, sobretudo quando temem ser punidos. É por isso que a impunidade pode resultar em indiferença em relação à lei, e a propagação da corrupção. Contudo, é a graça de Deus que transforma o coração humano (Jr. 31.31-34; Hb. 8.7-13). Nem mesmo a tão propalada educação, nos moldes que testemunhamos na atualidade, é capaz de favorecer a sociedade as transformações que necessita. Isso porque os bancos escolares, ao invés de ensinarem valores para a vida, e que contribuam para a cidadania, estão formando meros consumidores, e os estimulando a competitividade. As próprias teorias educacionais precisam ser revistas, precisamos avaliar que pessoas queremos formar, e quais  valores são essenciais para os indivíduos, e para a sociedade.


3. O GOVERNO HUMANO E A RESPONSABILIDADE CRISTÃ

Há alguns equívocos, sobretudo no meio evangélico, em relação ao papel do governo, e a responsabilidade do cidadão. Isso porque temos uma tendência a centralizar a autoridade governamental na pessoa do presidente. Mas no ocidente, diferentemente de alguns governos orientais, somos regidos pelo processo democrático. E neste o primado é o de que a lei emana do povo, e para o povo, com base na Constituição. Por essa razão, é bom lembrar que: a autoridade inclui os ramos do Executivo, Legislativo e Judiciário. Autoridade não é só o presidente da República e seus ministros, mas os magistrados dos Tribunais Superiores, os senadores e deputados; autoridade inclui, em uma federação, tanto os órgãos (e seus ocupantes) da União Federal, como os dos Estados e município (governadores, secretários, deputados estaduais, desembargadores, prefeitos, vereadores, juizes, etc.); governo é o conjunto desses órgãos, de seus ocupantes, com suas diretrizes. A competência e as atribuições desses órgãos são delimitadas pela Constituição Federal, pelas Constituições Estaduais e outras Leis Ordinárias e Complementares. Governantes e governados, os quais devem obediência à lei, que assegura os direitos dos cidadãos, os quais devem obediência à lei, e não aos governantes, quanto eles a infringem. Um deputado de oposição é uma autoridade que discorde de outra autoridade: o presidente da República, por exemplo. Garantindo a democracia a alternativa partidária, a oposição de ontem, como aconteceu no Brasil, é o governo de hoje; e quando algo errado for transformado em lei em uma democracia, o cristão poderá tomar duas atitudes:   desobedecer caso a lei atinja o ministério cristão ou a vida humana (campos de concentração, genocídio, etc.); obedecer, protestando e lutando, pelos canais legais, para que a lei seja revogada ou alterada, quando estiver relacionada a valores do reino (liberdade, justiça e paz). Os cristãos precisam ser esclarecidos a esse respeito, para não adotar uma postura acrítica, principalmente diante dos descalabros dos governantes. E nesse sentido que a máxima bíblica se aplica, e quando se fizer necessário, importa antes obedecer a Deus do que aos homens (At. 5.29).


CONCLUSÃO

Seguindo a orientação de Jesus, em Mt. 22.21, devemos dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. O cristão deve, entre outras obrigações, pagar impostos, e se for o caso, discordar, lutando por reformas tributárias. Deve servir às Forças Armadas, quando ele for um pacifista por dever de consciência, dependendo do país, poderá prestar serviços cívicos não-militares ou requerer isenção. Deve obedecer à legislação penal, por sua coincidência com as normas da Palavra (não matar, não furtar, etc.). E deve obedecer à legislação civil (família, sucessão, comercial, etc.) e às deliberações de cunho político, em tudo, porém, mantendo-se informado, analisando, apoiando ou discordando, tendo a revelação divina como crivo principal.