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BENIGNIDADE UM ESCUDO PROTETOR CONTRA AS PORFIAS




Leitura Bíblica: Rm. Ef. 4.32 – Texto Áureo: Cl. 3.12-17


INTRODUÇÃO
Em continuidade ao estudo das obras da carne e do fruto do Espírito, nos dedicaremos na aula de hoje para a benignidade, que nos protege contra as porfias. Inicialmente destacaremos que essa é uma tendência pecaminosa que incita à discórdia, e à ruptura nos relacionamentos pessoais. Como alternativa à porfia, devemos cultivar a benignidade, que é propriamente, um sentimento amável em relação aos outros. Essa é uma virtude do fruto do Espírito que precisa ser cultivada, caso contrário, estragaremos nossos relacionamentos interpessoais.

1. AS SETAS DA PORFIA
Porfia, no Novo Testamento Grego, é eithia ou eritheia, que poderia muito bem ser traduzida por “ambição, egoísmo ou rivalidade”. Existem pessoas que estão entregues a esse tipo de sentimento, sobretudo por causa da inveja que incita a esse pecado. Essa palavra se deriva de erithos, cuja relação imediata é com “aquelas pessoas que fazem qualquer coisa por dinheiro”. Não podemos esquecer que o amor ao dinheiro, como bem ressaltou Paulo ao pastor Timóteo, é a raiz de todos os males (I Tm. 6.9,10). Há muitas pessoas que não conseguem se desvencilhar desse ídolo, mamom se tornou o deus delas, são presas fácil das setas da ganância. Por causa do dinheiro, muitos cristãos deixaram de amar uns aos outros. Inclusive alguns obreiros perderam o foco do ministério, viraram pastores meramente profissionais, esqueceram a missão precípua diante do rebanho. Alguns igrejas locais estão contiminadas pelas porfias, tivemos em Filipos o exemplo de Evódia e Síntique, antes destemidas na obra de Deus, mas que se indispuseram uma contra a outra (Fp. 4.2). Existem disputas totalmente desnecessárias dentro das comunidades de fé, e que estão destruindo os relacionamentos, comprometendo a unidade da igreja. A começar pelas lideranças, que disputam territórios eclesiásticos, instigados pela ganância, que corrói o ministério e a espiritualidade. Precisamos resgatar na igreja evangélica a vocação genuinamente ministerial, pessoas que se comprometam com a obra. Há líderes que se negam a assumir igrejas menores, dizem que não podem ser rebaixados, como se ministério fosse uma hierarquia. Igrejas não são empresas, ministério não é profissão, riqueza não é seu objetivo. As pessoas mais simples da igreja estão seguindo o mesmo exemplo, muitas delas se debatem por cargos, querem tirar algum proveito das posições.

2. PROTEGENDO-SE COM A BENIGNIDADE
A proteção contra as setas malignas da porfia é a benignidade, cuja palavra em grego é cherestotes, que pode muito bem ser traduzida por “amabilidade, ternura, compaixão ou brandura”. Jesus é o maior exemplo de amabilidade, pois Ele mesmo declarou que seu jugo era suave (gr. cherestotes) em Mt. 11.30. Esse termo tem a ver com a disposição para viver bem com as pessoas, sem que isso se dê por meio da força ou coerção. Existem pessoas que somente se relacionam com outras por meio da imposição. Esse tipo de relacionamento é tóxico, e pode causar muitos estragos, principalmente aos mais frágeis na fé. A base dos relacionamentos deve ser a amabilidade, nunca a coerção. Cristo espera de nós que O amemos, e que esse seja o fundamento do nosso relacionamento com Ele (Jo. 14.21). Assim também deve ser nosso relacionamento com as pessoas da igreja, ninguém deveria se aproximar do outro para tirar algum tipo de vantagem. Esse tipo de relacionamento pode ser exemplificado por meio de um casamento, no qual a esposa e o esposo estão dispostos a viverem juntos, e a se comprometerem um com o outro, não por meio da força, mas do amor que os une (Ef. 5.25). Pastores devem aprender a ser amáveis com as suas ovelhas, não devem trata-las como se fossem servas deles, nem se aproveitaram das suas necessidades e fragilidades emocionais (I Pe. 5.1). Existem pessoas que adoeceram por causa de abuso ministerial, pastores que destrataram injustamente suas ovelhas. Devemos lembrar sempre que as ovelhas são do Senhor, e que essas foram compradas com precioso sangue, e delas prestaremos contas diante de Deus (At. 28,29).

3. CULTIVANDO A AMABILIDADE
Devemos aprender a cultivar a amabilidade, e isso se dá por meio do exercício da piedade (I Tm. 4.7,8). A partir de uma espiritualidade sadia, poderemos desenvolver essa virtude do fruto do Espírito, a fim de demonstrar nossa disposição para o serviço ao próximo, fundamentado no genuíno amor cristão (Mc. 12.29-31). A generosidade é uma maneira eficaz de demonstrar amabilidade, precisamos nos dispor a ajudar aqueles que são mais pobres, e que se encontram em condição de necessidade (II Co. 8.2,3). O individualismo egoísta precisa ser vencido por meio da gentileza cristã, que não se preocupa apenas em juntar tesouros na terra, mas que investe também nas riquezas celestiais (Mt. 6.19-21). As pessoas que são amáveis não se indispõem facilmente com as outras, assim como Davi fez com Saul, dependem da beneficência de Deus (II Sm. 9.1-3). Os pastores devem dar o exemplo, considerando o que escreveu Paulo a Timóteo, afirmando que “ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso (benigno) para com todos (II Tm. 2.24). Jesus, ao ser entregue aos seus inimigos, preferiu depender de Deus, demonstrando amabilidade, e perdoando seus algozes (Lc. 23.34). Estevão, o servo do Senhor, também seguiu Seu exemplo, mesmo sendo apedrejado, perdoou seus perseguidores (At. 7.59,60). Somente seremos amáveis ou benignos se estivermos dispostos a nos colocar na condição de servos do Senhor. O próprio Jesus não veio para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos (Mt. 20.28). É nesse mesmo sentido que Paulo orienta para que levemos as cargas uns dos outros, a fim de demonstrar quão amáveis e benignos somos para os outros (Gl. 6.2).

CONCLUSÃO
Revelemos, pois, a amabilidade, exercitando misericórdia, não tratando os outros pelo que merecem, mas com graça. Não podemos esquecer que fomos alcançados pela graça maravilhosa de Deus em Cristo. Isso deve ser motivo suficiente para que sejamos amáveis em nossos relacionamentos. Vivamos, então, com altruísmo, não para nós mesmos, mas para os outros, pois para isso fomos chamados, e assim daremos muitos frutos, para a glória de Deus.

BIBLIOGRAFIA
BARCLAY, W. As obras da carne e o fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2000.
KELLER, W. P. Frutos do Espirito. Venda Nova: Betânia, 1981.