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ISAQUE, UM CARÁTER PACÍFICO


                           

Texto Áureo  Gn. 17.19  – Leitura Bíblica  Gn. 26.12-25


INTRODUÇÃO
Na aula de hoje nos voltaremos para a narrativa bíblica a respeito de Isaque, e seu relacionamento com Deus. Inicialmente destacaremos que esse foi prometido a Abraão, quando já em idade avançada. Em seguida, atentaremos para o relacionamento do patriarca com seu filho, especialmente por ocasião do pedido de sacrifício. Ao final, ressaltaremos a benção de Deus sobre a vida de Isaque, para as orientações do Senhor a esse patriarca.

1. ISAQUE, O FILHO PROMETIDO
Abraão e Sara, como muitos outros casais ao longo da Bíblia, tiveram que lidar com a esterilidade. Ainda que o patriarca tivesse recebido a promessa que se tornaria “pai de uma multidão”, o cumprimento da palavra não se deu imediatamente. Apesar de ter passado por momentos adversos, decorrentes de atitudes precipitadas, o patriarca aprendeu a esperar em Deus. Isso porque muito antes, quando Deus chamou Abraão, prometeu fazer dele uma grande nação (Gn. 12.1,2), que daria a terra de Canaã aos seus descendentes (Gn. 17.7), e que os multiplicaria (Gn. 13.15-17). A promessa do nascimento de Isaque, por causa da esterilidade de Sara, tornou-se algo engraçado, provocando riso ao ouvirem a mensagem divina. O nome Isaque, em hebraico, significa “riso”, esse foi o sentimento experimentado por Abraão e Sara. O patriarca estava com 99 anos de idade, e sara se aproximava dos 90. A Palavra de Deus pode parecer absurda, e às vezes, ir além da racionalidade humana, mas sabemos, pela fé, que podemos confiar nas promessas de Deus (Hb. 6.12). Sabemos disso porque Deus honrou a fé de Abraão, cumprimento no tempo certo sua promessa (Hb. 11.8-11). A Palavra de Deus sempre se cumpre, mas não no tempo dos homens, por isso faz-se necessário cultivar a paciência (Tg. 1.1-8). Nesse particular Abraão precisou amadurecer espiritualmente, por causa da precipitação dele e da sua esposa, decidiram que o patriarca teria um filho com a serva. Em termos aplicativos, o nascimento de Ismael, o filho de Abraão com a escrava, representa o nascimento carnal do ser humano. O nascimento de Isaque, por sua vez, representa o nascimento espiritual do crente. Essa alegoria, umas poucas na Bíblia, é construída por Paulo, em sua Epístola aos Gálatas (Gl. 4.28,29), a fim de admoestar os crentes à santificação espiritual (Gl. 5.22).

2. ISAQUE, UM FILHO A SER SACRIFICADO
Mas o filho prometido a Abraão foi pedido em sacrifício, para que Deus desse ao patriarca a oportunidade de amadurecer na fé. A prova é algo normal na vida dos crentes, e tem propósitos diversos: purificar nossa fé (I Pe. 1.6-9), aperfeiçoar nosso caráter (Tg. 1.1-4), ou proteger do pecado (II Co. 12.7-10). A prova de Abraão seria uma demonstração, para ele mesmo, da sua capacidade para confiar em Deus. O Senhor pediu ao patriarca que oferecesse seu filho em sacrifício, e esse obedeceu, crendo que Deus haveria de ressuscitá-lo (Gn. 22.5; Hb. 11.17-19). Abraão caminhou vários dias até chegar ao Monte Moriá, durante essa jornada teve a oportunidade de se aproximar de Deus. O Senhor permitiu que o patriarca cumprisse o ritual, amarrasse o filho e o preparasse para o sacrifício. Mas não que o sacrifício fosse consumado, pois Deus já havia provido um cordeiro para o holocausto (Gn. 22.14). É possível extrair algumas lições espirituais dessa relação entre o pai (Abraão) e o filho (Isaque), “ambos caminharam juntos” (Gn. 22.6), fazia-se necessário que o pai se desprendesse do filho (Gn. 22.16). Esse texto tem relação com Cristo, o filho de Deus, que foi sacrificado pelos nossos pecados. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo. 1.29), Ele levou o fardo do pecado por nós (I Pe. 2.24). No que tange à prova de Isaque, há sempre um depois (Hb. 12.11; I Pe. 5.10), pois dela resulta o amadurecimento. De igual modo, precisamos estar cientes da realidade das aflições na terra, o próprio Jesus advertiu Sua igreja a esse respeito (Jo. 16.33). O sofrimento tem um caráter pedagógico, dependendo da maneira que for abordado, poderá oportunizar amadurecimento espiritual (II Co. 4.17).

3. ISAQUE, UM FILHO PACIFICADOR
Isaque demonstrou ter aprendido com seu pai Abraão a viver em pais, principalmente em relação ao episódio da contenda entre os pastores desse patriarca e os de Ló (Gn. 13.5-18). O filho de Abraão foi um homem esforçado nos trabalhos, mas isso encodou os filisteus, que o perseguiam (Gn. 25.15,16). Quando mais era perseguido pelos invejosos, mais se dedicava a fazer aquilo que Deus havia projetado para sua vida. Às vezes, fugiu para outras localidades, direcionadas por Deus, para evitar conflitos (Gn. 26.17). Abrir poços era uma necessidade para aquele patriarca, considerando que a seca era uma realidade. Seus inimigos sabotaram os poços que ele mesmo cavou, a fim de preservar sua família e rebanho. Mas ele continuou abrindo novos poços, alargando o projeto de Deus para ele (Gn. 26.22-29). Aprendemos, com o caráter de Isaque, a desenvolver o fruto do Espírito, especialmente a virtude da pacificação. Eirene, em Gl. 5.22, é uma paz que se produz com Deus, através do Espírito Santo. Essa paz não é compreendida pelo mundo, pois as pessoas esperam o enfrentamento, principalmente diante das perdas materiais. Com Cristo aprendemos que a paz não depende das circunstâncias, antes está firmada nas promessas de Deus (Jo. 14.27). Devemos, portanto, fazer nosso trabalho, cumprir nossas obrigações, respeitar nossos empregadores, e esperar o resultado do trabalho (Ef. 6.5-8). Faz-se necessário esclarecer, no entanto, que os empregados agem em conformidade com as leis trabalhistas, e essas devem ser respeitadas tanto por empregadores quanto empregados. É nesse contexto que podemos ter a convicção de que se formos trabalhadores fieis, o Senhor, como fez com Isaque, nos dará o suficiente para viver, e com isso devemos ficar contentes (I Tm. 6.6-10).

CONCLUSÃO
A narrativa bíblica sobre a vida de Isaque é relevante não apenas para os judeus. Através desses capítulos de Gênesis, compreendemos os propósitos de Deus para a humanidade. Ele sempre cumpre suas promessas, seus planos jamais serão frustrados. E mais, sabemos que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o Seu desígnio (Rm. 8.28). Faz-se necessário, portanto, crer contra toda descrença (Rm. 4.18-21), e se fundamentar na Palavra de Deus (Hb. 4.12), convictos da sua fidelidade, com esperança na mensagem profética (II Pe. 1.21).

BIBLIOGRAFIA
KIDNER, D. Gênesis: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1981.
WEIRSBE, W. W. Be Basic: Genesis. Colorado Springs: David C. Cook, 2010.