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O QUE É ÉTICA CRISTÃ


Texto Áureo: I Co. 10.23 – Texto Bíblico: I Co. 10.1-13


INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos um dos assuntos mais controvertidos no contexto de uma sociedade pluralista e relativista, a ética cristã. Nesta aula nos voltaremos para os fundamentos, inicialmente para o conceito de ética cristã, e em seguida, para os fundamentos dessa ética. Ao final, destacaremos, como também o faremos ao longo das lições, que essa é uma ética que diz respeito àqueles que vivem em Cristo, alicerçados na Sua Palavra.

1. ÉTICA QUE É CRISTÃ
A palavra ética vem do grego ethos, e remete aos tempos de Aristóteles, filósofo que amplamente discutiu o tema. O conceito de ética costuma ser confundido com o de moral, a primeira palavra é de origem grega, enquanto que a segunda é de origem latina. A ética, na perspectiva filosófica, diz respeito aos fundamentos dos comportamentos humanos, enquanto que a moral está associada aos costumes propriamente ditos. A ética diz respeito aos pressupostos, às razões pelas quais alguém é e age, a moral, por sua vez, é a expressão concreta da ética. A ética que é cristã, como a própria terminologia explicita, tem como pressuposto os ensinamentos de Cristo. As bases que determinam, ou pelo menos que deveriam determinar, o agir dos cristãos deveriam está alicerçados nas palavras de Jesus. A esse respeito, é preciso ter cuidado para não confundir a Ética Cristã com uma Ética Evangélica. Há tradições no seio da religiosidade cristã, mesmo entre as doutrinas evangélicas, que necessariamente não estão fundamentadas em Cristo. Um exemplo prático desse equívoco ocorreu quando passagens do Antigo Testamento, sem uma interpretação apropriada, foram usadas a fim de legitimar o preconceito racial em alguns países. A ética que é cristã precisa se fundamentar em Cristo, e não depende de pressupostos humanos, antes dAquele que se fez carne, e habitou no meio de nós (Jo. 1.1,14).

2. OS FUNDAMENTOS DA ÉTICA CRISTÃ
De certo modo, antecipamos no tópico anterior que a base da ética que é cristã é o próprio Cristo. Existem muitos pressupostos éticos na sociedade, a maioria deles se fundamenta na racionalidade, no materialismo, ou mesmo na tradição. O pluralismo e relativismo ético se sustentam porque o ser humano decidiu viver a revelia de Deus. Por causa disso, temos testemunhado muitas atrocidades na sociedade, tendo em vista que o próprio Deus entregou o gênero humano a sua própria dissolução (Rm. 1.26). Por esse motivo, temos testemunhado nas diversas esferas sociais a maldade que se prolifera em todos os contextos, desde os familiares até os políticos. O homem moderno “matou” Deus em seus corações, alguns deles até acreditam que Ele existe, mas vivem como se não existisse. Na medida em que o tempo passa, a sociedade está serrando o galho sobre o qual ela mesma esta sustentada. O tombo sobrevirá de repente, e as consequências serão drásticas. Os cristãos, fundamentados na Palavra de Deus, devem alertar em relação aos riscos, mas não podemos impor nossa visão sobre a sociedade. Precisamos também ter cuidado para não eleger alguns pecados em detrimento de outros. Alguns evangélicos se posicionam com veemência contra a sexualidade fora dos padrões bíblicos, mas não fazem o mesmo em relação à injustiça social.

3. NÓS, PORÉM...
O fundamento ético para os cristãos é a Palavra de Deus, faz-se necessário que essa seja interpretada apropriadamente, a fim de evitar excessos e pressupostos a priori. Toda Escritura é divinamente inspirada, é Palavra de Deus (II Tm. 3.16), mas nem todos os textos têm o mesmo valor revelacional. Jesus é a chave-hermenêutica das Escrituras, Ele mesmo afirmou que essas serão compreendidas a partir dEle (Lc. 24.32). A utilização indevida de passagens bíblicas, algumas delas sem fundamento doutrinário, e em alguns casos descontextualizadas, pode resultar em posicionamentos éticos que não se sustentam biblicamente. Em I Co. 10.1-13, por exemplo, Paulo faz um contraponto entre a ética que é cristã - a maneira como os cristãos devem viver - e a ética daqueles que se apartaram de Deus. O Apóstolo faz a diferença entre “nós” – os cristãos que devemos viver a partir da Palavra – e “eles” – os israelitas que seguiram seus próprios caminhos, e não atentaram para a orientação divina. Semelhantemente, nós os cristãos devemos ser sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16), vivermos como cidadãos dos céus e súditos do reino de Cristo (Mt. 5-7). A ética que é cristã impõe mais responsabilidade sobre aqueles que seguem a Cristo, considerando que nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt. 5.20).

CONCLUSÃO
A sociedade contemporânea, regida pela natureza pecaminosa, está envolvida em uma confusão ética, uma verdadeira torre de Babel (Gn.11). Cada um segue seu rumo, de acordo com aquilo que acha que é melhor, ninguém se entende (Jz. 21.25). Nós, porém, não devemos nos apartar das Sagradas Letras, pois elas nos farão sábios para a salvação, e nos conduzirão à santificação (II Tm. 3.14-17), atentando para os sadios princípios interpretativos, tendo Cristo com a chave-hermenêutica.

BIBLIOGRAFIA
HAYS, R. B. The moral vision of the New Testament. New York: HarperOne, 1996.
PLATT, D. Contracultura. São Paulo: Vida Nova, 2016.

EXORTAÇÕES FINAIS NA GRANDE MARATONA DA FÉ


Texto Áureo: Hb. 12.1 – Texto Bíblico: Hb. 12.1-8; 13.15-18


INTRODUÇÃO
Nas palavras finais da Epístola aos Hebreus o autor compara a vida cristã a uma maratona. A partir dessa perspectiva, destacaremos na aula de hoje a importância de seguir adiante, imitando o exemplo do Autor e Consumador da nossa fé. E mais, que precisamos também respeitar as regras ao longo da jornada, respeitando um ao outro em amor, e dando a devida consideração àqueles que ministram entre nós. Ao final, o autor apresenta uma série de exortações, a fim de que cresçamos no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo.

1. A LARGADA NA MARATONA CRISTÃ
A caminhada cristã não é algo solitário, isso porque “estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas” (Hb. 12.1), certamente o autor se refere àqueles heróis da fé (Hb. 11). Isso quer dizer que estamos todos na maratona da fé, alguns daqueles que correm conosco chegaram mais cedo, nós precisamos continuar o trajeto. Para alcançarmos a linha de chegada, precisamos deixar “todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia”, e correr “com paciência, a carreira que nos está proposta”. O êxito na maratona depende da resistência daquele que corre, e da sua disposição para superar seus limites. Não podemos olhar para trás, nem mesmo para os lados, antes devemos olhar para Jesus, “autor e consumador da fé”, Ele é nosso maior exemplo, pois “suportou a cruz, desprezando a afronta” (Hb. 12.2). Paulo também nos deixou seu exemplo, pois demonstrou ter confiança naquele que O comissionou, e tinha esperança de alcançar sua coroa (II Tm. 1.12). É preciso saber que a disciplina de Deus nos conduz à maturidade, e nos torna mais fortes para resistir os desafios. Na verdade, “toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitando por ela” (Hb. 12.10).

2. AS REGRAS NA MARATONA CRISTÃ
A vida cristã, como qualquer maratona, tem suas regras, e precisam ser observadas, sob o risco de sermos desqualificados. Uma das principais é: “segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12.14). A comunidade cristã, diferentemente do mundo, não deve ser um ambiente individualista, antes devemos ter “cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus” (Hb. 12.15). E não devemos nos deixar controlar pelo egoísmo, segundo o exemplo de Esaú que, “por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb. 12.16). Devemos levar a corrida a sério, e não podemos nos enganar, pois ainda que muitos não acreditem, “porque o nosso Deus é um fogo consumidor”. Por esse motivo, devemos cultivar o genuíno amor fraternal (Hb. 13.1), e exercitar a hospitalidade, “porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos” (Hb. 13.2). A preocupação com os outros deve ser uma prática comum entre os cristãos, devemos nos lembrar dos “presos, como se estivésseis presos com eles” e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo” (Hb.13,3).

3. A LINHA DE CHEGADA NA MARATONA CRISTÃ
Em relação aos pastores, devemos reconhecer que nos dias atuais, por causa dos escândalos, o ministério se tornou desacreditado. Mas não devemos deixar de reconhecer que existem pastores comprometidos com o reino de Deus, que se fundamentam na Palavra, e que amam as ovelhas. Por isso precisamos lembrar dos “pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitais, atentando para a sua maneira de viver” (Hb. 13.7), e mais, devemos obedecê-los, “porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria inútil” (Hb. 13.17). Os pastores nos orientam, a fim de que não sejamos levados pelos ventos de doutrinas falsas, para as quais devemos também permanecer atentos: “não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com a graça” (Hb. 13.9). A vida na igreja deve ser saudável, tendo sempre motivo de ser grato a Deus, e oferecendo a Cristo “sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb. 13.15). E por fim, não esqueçamos de orar, principalmente pelos obreiros, para que tenham boa consciência, e certamente, “o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas” (Hb. 13.20), nos conduzirá até o fim da maratona.

CONCLUSÃO
A palavra de Deus não é para prejuízo, antes para preservação da nossa alma, portanto, devemos atentar para a exortação do Senhor, e confiar em Jesus que opera em nós, e que nos aperfeiçoa “em toda boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém” (Hb. 13.21)

BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Hebrews. Downers Grove: IVP, 1982.
PFEIFFER, C. The Epistle to the Hebrews. Chicago: Moody Press, 1962.

OS GIGANTES DA FÉ E SEU LEGADO PARA A IGREJA


Texto Áureo: Hb. 11.1 – Texto Bíblico: Hb. 11.1-34


INTRODUÇÃO
O justo viverá da fé, essa é uma declaração emblemática na Antiga Aliança (c. 2.4), e retomada pelos autores da Nova Aliança (Rm. 1.17). Somente a fé pode levar o cristão adiante, mesmo diante das adversidades. Na aula de hoje, atentaremos para o conceito funcional da fé, em seguida destacaremos exemplos de pessoas que se sacrificaram pela fé em Deus. O enfoque desta lição será não naquilo que a fé é, mas naquilo que ela é capaz de fazer, desde que esteja alicerçada em Deus, que está para além do tangível.

1. O SIGNIFICADO DA FÉ
O princípio fundamental para a vida cristã é a fé em Deus, e essa não é apenas um fator psicológico, nem mesmo um tipo de “fé na fé”, advogada pelos adeptos da Confissão Positiva. Muitos evangélicos, influenciados por essa tendência, proveniente do movimento do Pensamento Positivo, acham que são capazes de fazer qualquer coisa, se tão somente acreditarem. Alguns deles ainda citam, de maneira descontextualizada, a declaração de Paulo: “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp. 4.23). Mas para o autor da Epístola aos Hebreus a fé verdadeira tem Deus como seu objeto, trata-se de confiança não no que pensamos, e muito menos no que achamos que podemos fazer, antes é a dependência naquilo que Deus fez por nós, e ainda é capaz de fazer. A fé, nesse sentido, é “o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb. 11.1). Por isso, em algum aspecto, há certa irracionalidade na fé, isso porque nem sempre ela se coaduna às provas atestadas pelo visível. E justamente, através dessa fé, nem sempre explicável, que “os antigos alcançaram testemunho” (Hb. 11.2). A fé pode lançar aquele que acredita em direção ao absurdo, sobretudo em uma sociedade que somente acredita no que é capaz de comprovar. Mas há aqueles que se lançam com ousadia, e em alguns casos, dão um salto maior do que a razão, crendo que por trás do mundo visível existe algo maior, e que “os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb. 11.3).

2. EXEMPLOS DE FÉ
O autor da Epístola aos Hebreus passa, a partir de então, a exemplificar por meios desses antigos, aquilo que a fé os direcionou a fazer. Pela fé, Abel “ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim” (Hb. 11.4). A fé qualificou a o sacrifício de Abel, fazendo com esse fosse aceito por Deus. Isso porque ofereceu das suas primícias, dando o melhor que tinha para o Senhor (Gn. 4.3,4), por isso, “depois de morto, ainda fala” (Hb. 11.4). Enoque também deixou seu legado, como exemplo de fé em Deus. Ele “agradara a Deus”, e por esse motivo, “foi transladado” (Hb. 11.4; Jd. 14,15). De igual modo, todos aqueles que acreditam nas promessas de Deus, serão contemplados em Sua vinda, quando a trombeta soar (I Ts. 4.13-17). É preciso ter fé, pois sem essa é impossível agradar a Deus (Hb. 11.6), essa mesma fé se fundamenta na Palavra de Deus, não naquilo que é visível. Noé é um exemplo de alguém que tomou atitudes fundamentado na sua fé em Deus, pois “depois de ser avisado das coisas que ainda não se viam, temeu... e preparou a arca” (Hb. 11.7). Abraão, o pai da fé dos israelitas, lançou-se em direção às promessas de Deus, “indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hb. 11.8). E José, que próximo da morte, antecipou que seu povo sairia do Egito, por isso orientou “acerca de seus ossos”, para que fossem levados para Canaã (Gn. 50.25; Hb. 11.22). E Moisés, “mesmo sendo grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó” (Hb. 11.24-25), sua atitude mostra que, na maioria das vezes, é melhor perder diante dos homens, e ganhar o que Deus nos prometeu. A fé de Moises estava alicerçada não naquilo que se pode ver, mas no que é invisível (Hb. 11.27). Há outros exemplos de fé, o Autor destaca o caso de Gideão, um dos juízes que confiou não na quantidade, mas na Josué, que foi escolhido para conduzir o povo para a terra de Canaã, e Gideão, que confiou mais na qualidade do que na quantidade (Hb. 11.32).

3. O RESULTADO DA FÉ
A fé em Deus sempre traz resultados positivos, ainda que esses não sejam perceptíveis imediatamente. Alguns dos exemplos de fé anteriormente citados testemunharam ainda naquele tempo o que a confiança em Deus pode resultar, entre eles destacamos Josué e alguns juízes. É o caso também de Daniel, que viu Deus fechar a boca de leões (Hb. 11.33), e de Davi e Elias, que escaparam do fio da espada (Hb. 11.34), bem como aqueles que, por meio da fé em Deus, receberam de volta aqueles que morreram, através de Elias, e o próprio Eliseu (I Rs. 17.17; II Rs. 4.32-37; Hb. 11.35). Mas isso não aconteceu com todos, alguns foram dilacerados, tantos outros torturados, por causa da sua fé, mas esses aguardam a ressurreição (Hb. 11.35). Porém, é preciso destacar que nem sempre obtemos as vitórias que desejamos no tempo presente. Alguns somente receberão o livramento de Deus na eternidade, e não poucos por meio da morte. Mas estamos certos que as aflições do tempo presente não se comparam com a glória que em nós haverá de ser revelada (Rm. 8.18). É provável que alguns, como Nabote, sejamos apedrejados, ou como Isaias, serrados ao meio, e perseguidos e mortos, como foram os profetas no tempo de Jezabel (I Rs. 19.10). Descansamos na convicção que aqueles que foram sacrificados, por causa da sua fé, eram valiosos aos olhos de Deus, e que o mundo não era digno deles (Hb. 11.38). Por isso é apropriado lembrar sempre que “preciosa é a vista do Senhor, a morte dos seus santos” (Sl 116.15).

CONCLUSÃO
A fé em Deus faz toda diferença, e por meio dessa, graça de Deus alcança a todos, hebreus e gentios, homens e mulheres. O exemplo de Abraão e Raabe, catalogado em Hb. 11, entre outros, nos inspiram a confiar no Senhor. É possível que a atitude daqueles que agem por fé não seja compreendida por aqueles que se pautam pelo visível. Mas aqueles que persistirem até o fim serão arrolados nessa mesma galeria, porquanto, conforme expressa o hino da Harpa Cristã, continuaram firmes nas promessas de Jesus.

BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Hebrews. Downers Grove: IVP, 1982.
PFEIFFER, C. The Epistle to the Hebrews. Chicago: Moody Press, 1962.

DÁDIVAS, PRIVILÉGIOS E RESPONSABILIDADES NA NOVA ALIANÇA


Texto Áureo: Hb. 10.22 – Texto Bíblico: Hb. 10.1-25


INTRODUÇÃO
A Antiga Aliança nos agracia com dádivas e privilégios, mas exige também que tenhamos responsabilidades. Na lição de hoje, nos voltaremos para esse aspecto, comparando ainda a Antiga com a Nova Aliança. Inicialmente, reforçaremos as limitações dos sacrifícios da Antiga Aliança, em seguida, ressaltaremos que o sacrifício de Jesus é suficiente para salvar o pecador, e por fim, que a nova aliança nos coloca diante de responsabilidades, a principal delas, a de viver para Deus, e para os outros, na prática da comunhão.

1. AS LIMITAÇÕES DOS SACRIFÍCIOS DA ANTIGA ALIANÇA
Os sacrifícios da Antiga Aliança eram limitados, isso porque aqueles não passavam de “sombra dos bens futuros” (Hb. 10.1). Jesus é a realidade daquilo que era para os sacerdotes levitas apenas sombras, “não era a imagem exata das coisas”. A Antiga Aliança serviu para preparar os corações dos homens para a realidade. Os próprios rituais de sacrifício na Antiga Aliança não cumpriam com eficácia a condição da consciência do pecado. Por isso, precisavam ser repetidos continuamente, porque era “impossível que o sangue dos touros e os bodes tire pecados” (Hb. 10.4). Eles eram apenas temporários, e apontavam para um sacrifício perfeito, que seria realizado no futuro, pelo Senhor e Salvador Jesus Cristo. O autor da Epístola recorre ao Salmo 40, a fim de ressaltar a obediência do filho de Deus, como condição para tal salvação. Nesse contexto, confiar na Antiga Aliança seria perpetuar a condição de pecado, bem como uma consciência angustiada pela culpa. De modo que Cristo não apenas retira o pecado, mas também favorece o pecador, dando-lhe uma mente tranquila, por causa do perdão conferido.

2. O SACRIFÍCIO DE CRISTO: IRREPETÍVEL E SUFICIENTE
Não é mais necessária a repetição de sacrifícios, seguindo os moldes da Antiga Aliança, pois a oblação de Jesus foi “feita uma vez” (Hb. 10.10). Esse sacrifício, em virtude da sua perfeição, é capaz de justificar o pecador, e não precisa mais ser continuado “cada dia” (Hb. 10.11). Jesus ofereceu “um único sacrifício”, que é eternamente eficaz (Hb. 10.12), enquanto que o sumo-sacerdote levítico adentrava aos Santos dos santos, uma vez por ano, por ocasião da expiação. Cristo está agora “assentado para sempre à destra de Deus” (Hb. 10.12), e por esse motivo, chegará o dia em que Ele será adorado por todos, até que “seus inimigos sejam postos por escabelo dos seus pés” (Hb. 10.13). E por causa desse sacrifício, podemos ter segurança de que somos alcançados pela graça de Deus. E mais que isso, que “nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus” (Rm. 8.35). Isso nos coloca debaixo de outra condição, pois por meio do sacrifício de Cristo, desfrutamos de uma Nova Aliança, anteriormente profetizada por Jeremias, ao declarar que chegaria o dia no qual Deus faria uma nova aliança com o ser humano (Jr. 31.33). Como essa é uma nova realidade, os sacrifícios levíticos se tornaram obsoletos, e não faz sentido mais retornar a eles (Hb. 10.18).

3. DÁDIVAS E RESPONSABILIDADES DA NOVA ALIANÇA
Por causa da perfeição e suficiência do sacrifício de Cristo, o cristão pode agora ter “ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus” (Hb. 10.19). O termo ousadia nada tem a ver com irreverência, trata-se de uma concessão nos dada graciosamente por Deus, através do sangue de Jesus, para que possamos nos aproximar dEle. Essa aproximação é referida pelo autor da Epístola como um “novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb. 10.20). Jesus é o próprio Caminho, bem como a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai, a não ser por intermédio dEle (Jo. 14.6). Esse é um Caminho Vivo porque Ele não é um sacrifício morto, antes ressuscitou de entre os mortos, estando vivo para sempre. E por causa dele, podemos nos achegar com “verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo o coração purificado da má consciência” (Hb. 10.20). Isso tem a ver com o sacerdócio dos crentes, pois agora podemos adentrar ao Santos dos santos, nos aproximando de Deus (Hb. 10.21,22). E porque Deus é fiel, podemos também reter a “confiança da nossa esperança, porque fiel é o que nos prometeu” (Hb. 10.23).

CONCLUSÃO
Como resultado da condição que nos foi dada pela Nova Aliança, devemos considerar “uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia” (Hb. 10.24,25). A igreja, ainda que seja imperfeita, é o contexto no qual cultivamos a koinonia, e exercitamos o genuíno amor cristão, demonstrado por meio do sacrifício.

BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Hebrews. Downers Grove: IVP, 1982.
PFEIFFER, C. The Epistle to the Hebrews. Chicago: Moody Press, 1962.

CONTRASTES NA ADORAÇÃO DA ANTIGA E NOVA ALIANÇA


Texto Áureo: Hb. 9.22 – Texto Bíblico: Hb. 9.1-28


INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, estudaremos sobre a superioridade da adoração, mais propriamente a respeito do culto, na Nova Aliança, em comparação com a Antiga. Destacaremos, a princípio, que a adoração na Antiga Aliança era insuficiente, e que esse somente se completou em Cristo, que apresentou um sacrifício superior. Ao final, destacaremos a importância do culto cristão, e que esse seja vivo e agradável a Deus, e o mais importante, que seja em Espírito e em verdade.

1. A ADORAÇÃO NA ANTIGA ALIANÇA
A Antiga Aliança, que foi estabelecida no Monte Sinal, “tinha ordenança de culto divino e um santuário terrestre” (Hb. 9.1). O sistema de adoração foi estabelecido por Moisés, e era conduzido no tabernáculo terreno. E haviam alguns utensílios naquele tabernáculo: no santo lugar, estavam o candelabro e a mesa dos pães da proposição, e o santos dos santos, que era separado primeiro por uma cortina. Depois daquela cortina “estava o tabernáculo que se chama o Santo dos santos” (Hb. 9.3) e naquele local se encontrava também “a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de outro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto” (Hb. 9.4). É digno de destaque que esses lugares não eram acessados pelas pessoas, por isso a necessidade dos sacerdotes, e mais especificamente, do sumo sacerdote, como mediador da Aliança. Essa é uma demonstração da limitação do culto na Antiga Aliança, que estava firmada em mediadores humanos, e em uma adoração fundamentada em sacrifícios de animais. O sangue desses animais era derramado não apenas pelo povo em geral, mas também pelo próprio sacerdote, na verdade dois animais eram sacrificados, um pelos pecados do sacerdote, e outro pelos pecados do povo.

2. A INSUFICIÊNCIA DOS SACRIFÍCIOS ANTIGOS
No santo lugar, os sacerdotes entravam diariamente, para prestar adoração ao Senhor, mas no Santo dos santos, entrava somente o sumo sacerdote, uma vez por ano, no Dia da Expiação. O acesso restrito ao Santo dos santos, na Antiga Aliança, é uma demonstração da fragilidade daquele culto. Aquelas ordenanças eram imperfeitas e temporárias (Hb. 9.9), na verdade tinha um caráter muito mais exterior que interior, mais temporário do que eterno. A partir de Hb. 9.10, ficamos sabendo que todos aqueles rituais religiosos estavam com os dias contados, e se tornariam obsoletos por causa da Nova Aliança, em Cristo Jesus. E Este, na verdade, é o sacerdote de coisas melhores, e aponta para uma dimensão escatológica, que já se realizou para aqueles que creem, ainda que terá seu cumprimento no futuro (Hb 9.11). O sacrifício de Jesus nos lança em direção ao futuro, e nos traz esperança no porvir, pois seu sangue derramado na cruz, é eficaz para salvar os pecadores. Na verdade, o autor da Epístola nos lembra que obtemos a redenção através do Seu sangue (Hb. 9.12). Isso porque o sangue de animais oferecidos no santuário era insuficiente para purificação de pecados, diferentemente de Jesus que se ofereceu a si mesmo imaculado pelo Espírito eterno a Deus (Hb. 9.14). Ele é, portanto, “Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna” (Hb. 9.15).

3. A SUPERIORIDADE DO SACRIFÍCIO DE CRISTO
É importante explicar que a palavra grega diatheke, tanto significa em grego aliança quanto testamento. Quando usada como aliança, não implica que as partes envolvidas são iguais. Por isso, no Pacto do Sinai, Deus era o Soberano e Sua lei era mediada através de Moisés. O sangue dos animais, naquela aliança, eram “figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes” (Hb. 9.23). Por isso Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém “no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus” (Hb. 9.24). O sacerdote da Antiga Aliança entrava no santuário, para oferecer sacrifícios “muitas vezes” (Hb. 9.25), mas com Cristo foi diferente, pois “oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (Hb. 9.28). A adoração na Nova Aliança, em linhas gerais, é superior porque o santuário no qual o sacrifício definitivo de Cristo foi realizado é celeste, e se trata do verdadeiro santuário em cujo modelo o terreno se inspirou. Além disso, o sacrifício de Jesus foi oferecido com Seu próprio sangue, sendo Ele mesmo o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. E por fim, há uma promessa escatológica, pois Ele virá segunda vez, e essa é nossa bendita esperança, aguardamos a trombeta soar, e os mortos em Cristo ressuscitarem, e nós seremos transladados (I Ts. 4.13).

CONCLUSÃO
A adoração na Antiga Aliança se tornou obsoleta, porque dispomos agora de uma Nova Aliança, fundamentada no sacrifício perfeito de Cristo, o próprio Sumo Sacerdote desse Concerto. Por causa dEle, sabemos que os verdadeiros adoradores são buscados pelo Senhor, e O adoram em Espírito e em verdade (Jo. 4.24), e oferecem seus corpos como sacrifícios vivos a Deus, sendo este um culto racional, por meio do qual experimentamos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm. 12.1,2).

BIBLIOGRAFIA
PFEIFFER, C. The Epistle to the Hebrews. Chicago: Moody Press, 1962.
WEIRSBE, W. Be confident: Hebrews. Colorado Springs: David Cook, 2009.